No próximo domingo, dia 17, celebramos a Páscoa e neste ano de uma forma um pouco mais tranquila, podendo estar mais próximos dos familiares, já que baixou o índice de casos de Covid-19 na região. Neste contexto, as celebrações religiosas e encontros familiares poderão ser realizados como tradicionalmente eram feitos, antes da pandemia. Diante dessa realidade, conversamos com o Pastor Carlos Ernesto Wendland, que é um dos pastores que temporariamente está a frente da Comunidade Evangélica Centro de Sinimbu, sobre como podemos celebrar a Páscoa deste ano e refletir sobre tudo o que vivenciamos nos últimos tempos.
Milhares de cristãos batizados celebram no próximo domingo a festa da Páscoa. Mas muitos já não sabem mais o verdadeiro sentido desta comemoração. Como reflete o Pastor Carlos, muitas pessoas enxergam este feriado apenas como alguns dias para viajar e descansar. “Estamos na Quaresma e amanhã já será Sexta-feira Santa, que para muitos há muito tempo deixou de ser um dia de reflexão, recolhimento, avaliação da forma de viver, e passou a ser um tempo/dia de festa e muita abundância na mesa... Mas é a reflexão sobre o sofrimento, tortura, julgamento de Jesus Cristo e o sofrimento daqueles que estão ao redor de nós”. O Pastor convida aos cristãos a refletir sobre o verdadeiro sentido da Sexta-feira Santa e o que fazemos neste dia. Ele ainda comenta sobre o Sábado de Aleluia, em que a grande maioria das famílias tem como principais tarefas a compra de presentes e a organização do banquete que será servido no domingo de Páscoa. O comércio também costuma estar a todo vapor neste dia para esperar o público para as últimas compras. O pastor comenta que é uma pena que as pessoas se esqueçam que este também é um dia de reflexão. ”O Sábado de Aleluia não é mais um dia de muitas preces, igreja e reflexão. Que pena, pois para nós cristãos, a Páscoa é a festa mais importante. É aí que a Igreja Cristã se fundamenta. Páscoa é a festa da vida!”
Wendland explica ainda a verdadeira mensagem de Jesus que é o convite à mudança. “Os sentimentos que moveram as pessoas que condenaram Jesus à morte foram a inveja, a arrogância, a mentira, o individualismo, a crítica sem fundamento e o ódio. A mensagem de Jesus sempre foi e continua sendo um convite para a mudança. Quem não queria e quem não quer mudanças, resiste aos ensinamentos de Jesus, o condenou à morte e continua matando-o também ainda hoje em dia”, assevera.
O momento pelo qual  estamos passando nos convida a refletir sobre nossa fé,  o quanto Jesus vive em nós e como está nossa fé.  O Pastor destaca o que mais tem afastado os cristãos da fé.  “Hoje, o que mata Jesus é o mesmo individualismo, o isolamento, a desonestidade, a inveja, a busca pela fama, pelo prazer, pelo poder, a busca desenfreada pelo ter. A grande verdade que não gostamos de ouvir é que temos tempo para tudo que dá lucro, que aumenta nossas posses, mas não temos tempo para Deus, para a família, os amigos, a vida comunitária. Depois disto, muitos não entendem  porque as coisas não dão certo na vida, porque o mundo está como está. Porque as coisas são tão complicadas na nossa família, na sociedade, porque o mundo criado por Deus está sendo destruído, porque há mais sofrimento que vida verdadeira e alegria”.
O Pastor finaliza a reflexão falando sobre como podemos buscar mudar esta realidade e como podemos evoluir nos tornando melhores. “Podemos mudar esta realidade começando por nós mesmos. Vamos dedicar tempo para a oração e reflexão. Vamos à Igreja falar com Deus e conviver com nossos irmãos e irmãs na fé.  Vamos fazer o bem. Jesus disse que “onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, lá Ele estará”. Peçam que Deus ressuscite em sua vida e encha seu coração de paz, de bondade, de elogios, de valorização, de paciência, de solidariedade. Peça que Jesus lhe ensine a amar-se e a amar os outros; a perdoar-se e a perdoar os outros; a doar-se na sua comunidade, a fazer algo de bom pelas demais pessoas. Coloque-se nas mãos de Jesus para ser um instrumento de paz, amor e luz nesse mundo com tantas trevas e escuridão. Desta forma, sua vida vai ganhar um novo sentido, será uma vida nova, transformada por Jesus. Isso é ressurreição. Fazer uma passagem dos sentimentos e atitudes de morte que estão dentro de nós para os sentimentos e atitudes de vida. Ressuscitar os valores cristãos da vida plena e verdadeira. Admitir que somos falhos, nos tornar humildes e aceitar que precisamos da mão de Deus para caminhar. Assim teremos, com certeza uma Páscoa diferente”, finaliza Carlos.