AGRICULTURA |
Família Kuentzer espera bons resultados na próxima safra para alcançar objetivos |
Família irá manter a quantidade plantada da safra passada e contam com a ajuda do filho. |
As atividades relacionadas a produção das mudas de tabaco para o plantio da safra 2022/23 foram intensificadas nos últimos dias na região do Vale do Rio Pardo. Ainda que seja a época em que tradicionalmente os produtores iniciam a semeadura nas bandejas, e as manuseiam nos canteiros, essa operação tem sido realizada cada vez mais cedo nos últimos anos.
A medida é adotada pelos agricultores para antecipar o plantio, e a colheita também, para driblar a falta de chuva nas temporadas do verão e assim tendo as lavouras muito prejudicadas. Plantar mais cedo, acaba sendo uma via para garantir que as plantas estejam plenamente desenvolvidas mais cedo, e a colheita possa ser concluída antes.
Além de um ganho natural no desenvolvimento das plantas, tem a garantia de melhor qualidade e produtividade, os produtores ainda optam por antecipar o cultivo para não precisar trabalhar ao sol no auge do verão. E assim garantindo um ganho em qualidade de vida e mais comodidade na colheita.
Dentre os agricultores que se agilizaram este ano está a família Kuentzer, de Linha Rio Branco, em Sinimbu, que já comercializou toda a sua produção de tabaco da safra 2021/22. “A venda da última safra foi boa, mas a produção não foi dentro do esperado por causa da estiagem, mas a média paga pela empresa ainda foi de 290”, conta Marinês.
A quantidade plantada foi de 50 mil pés de fumo, Marcus e Marinês contam com a ajuda do filho Carlos. Marinês comenta que essa quantidade será mantida para a próxima safra, dentre esses 50 mil, 40 mil já estão semeados e 10 mil ficarão para um pouco mais tarde.
Mesmo com o ritmo de compra agora estando bom, a Afubra trabalha com a projeção de recuo de cerca de 13% na área plantada no Brasil na temporada 2021/22. E isso é um indicativo bastante claro já, pois os agricultores viram que, se plantarem demais, acabam perdendo duas vezes, primeiro que terão que arcar com os custos a mais dos insumos, onde os valores dispararam e da mão de obra, e ainda tendem a ter menos receita, por um excesso de oferta, na hora da comercialização. E de acordo com o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) o aumento do custo de produção vai repercutir na safra 2022/23. Pois está tendo uma grande dificuldade de importação de insumos vindos da China e da mistura de fertilizantes feita na Ucrânia. Com a pandemia houve diminuição de produção e a logística desses itens acaba sendo impactada. E devido a isso a família Kuentzer decidiu manter a quantidade a ser plantada para a próxima safra.
A Afubra apresentou recentemente uma avaliação prévia da safra brasileira de tabaco 2021/2022. As pesquisas parciais de comercialização, realizadas pela equipe técnica e de campo da Afubra junto aos fumicultores gaúchos, catarinenses e paranaenses, apontam uma variação de 43% de aumento no preço pago no Virgínia (R$ 10,54 para R$ 15,09) e 35% no Burley (R$ 10,02 para R$ 13,48), em comparativo à safra 2020/2021. Já a comercialização, na média dos três Estados do Sul do Brasil, já ultrapassou os 66% na variedade Virgínia, 87% no Burley e 87% no Comum (dados até 23 de abril).
Como podemos ver a safra passada foi uma das melhores nos últimos anos, em questão de comercialização de preço. De acordo com esses resultados a expectativa dos agricultores é que isso se repita na próxima safra. “As expectativas para a próxima safra é de que tenhamos bons resultados, uma boa colheita, enfim, uma boa safra, para podermos realizar mais sonhos e investir na propriedade”, conclui o filho Carlos.