AGRICULTURA
Jovens buscam investir em tecnologia para melhorar o trabalho no campo
   
Trabalhadores do campo tem buscado cada vez mais investirem em tecnologia para facilitar as tarefas do dia a dia.

Por Betina Geller
28/05/2021 16h57

Na última terça-feira, dia 25 de maio foi comemorado o dia do Trabalhador Rural.  Data tem como objetivo homenagear todas as pessoas que trabalham no meio rural, campos e fazendas como produtores e agricultores. A data foi instituída pela Lei nº 4.338, de 1 de junho de 1964. E tem como marco a morte do deputado federal Gaúcho Fernando Ferrari, que ocorreu no dia 25 de maio de 1963, ele foi um dos políticos mais engajados na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais .
Segundo o último Censo Agropecuário realizado pelo IBGE em 2017, o jovem agricultor representa 9,48% da população rural, número inferior ao coletado no ano de 2006 quando esta faixa representava 13,56% da população rural. Dados do último Censo também mostram que além da população jovem ter reduzido no interior ela envelheceu, dados apontam que em 2006  pessoas com mais de 65 anos representavam 21,4% e em 2017 esta faixa etária representava apenas 17,52% da população rural.
Mesmo tendo reduzido significativamente a população jovem no campo, em 10 anos esta nova geração simboliza para o agronegócio inovações e mudanças no trabalho no campo, explorando novas estratégias e implantação de tecnologia nos processos, buscando também modernizar técnicas já adotadas no cotidiano rural. Conhecimentos que chegam aos trabalhadores por meio de cursos, trocas de experiências e parcerias com empresas que fornecem apoio de técnicos especializados, cursos e palestras aos agricultores. Esses avanços tecnológicos e de conhecimento permitem levar mais qualidade de via ao homem do campo e assim melhorar os resultados.
Carine do Nascimento e Maiquel Waechter fazem parte da porcentagem dos jovens que decidiram ficar no campo. O casal de 24 e 30 anos conta que decidiram permanecer no campo para seguir a tradição da família e poder continuar investindo na estrutura que seus familiares já levantaram. “Nós decidimos ficar no interior, sair daqui nunca nos chamou muita atenção, aqui podemos produzir quase tudo que precisamos e como diz o ditado se o agricultor não planta a cidade não janta”, revela o casal que reside na localidade de Rio Pequeno em uma propriedade de 22 hectares que era dos avós de Maiquel.
O jovem casal conta ainda que a propriedade onde moram fica ao lado da propriedade dos pais de Maiquel, Ivani e Charles Waechter, que tem 16 hectares. Apesar da divisão das propriedades a família trabalha em conjunto produzindo tabaco que é a principal fonte de renda. Além disso, eles ainda produzem uma grande variedade de alimentos para subsistência da propriedade como milho, verduras em geral, batata e mandioca. E também possuem criação de abelhas, gado, porcos, cabritos, coelhos e galinhas.
Segundo os dados de um estudo realizado em parceria entre a Embrapa, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola. Este é um dos objetivos de Waechter, investir em tecnologia na propriedade para melhorar a produção e facilitar as tarefas do dia a dia. “Queremos poder investir cada vez mais em meios que facilitem nosso dia a dia nas tarefas da lavoura. Tudo tem um custo na maioria das vezes elevado, mas também nos proporciona um retorno positivo para facilitar o desenvolvimento das nossas tarefas”, relata.
A profissão de trabalhador rural é considerada uma das mais antigas do planeta e tem evoluído cada vez mais, com muito trabalho e suor o setor já atingiu inúmeras conquistas, mas também enfrenta muitos desafios. Os trabalhadores rurais em 2017 no último levantamento do Censo Agropecuário, estimava-se que eram 17,3 milhões tem o árduo trabalho de  produzir cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Grãos, frutas, hortaliças e outras tantas opções. E mesmo com a pandemia o trabalho da classe não parou, pelo contrário continuou a todo vapor, pois é o fruto desse trabalho digno que promove o sustento de muitas famílias. Da mesma forma, o casal define a profissão, como um trabalho digno e humilde, que exige muito empenho, mas também proporciona grande retorno “A lida no campo não é nem um pouco fácil, mas poder produzir grande parte do nosso alimento, criar vários animais, uma das tarefas que mais gostamos, e poder fazer nosso próprio horário de trabalho, tendo uma vida mais tranquila longe da correria da cidade recompensa tudo”, finaliza o casal.


   

  

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