IBGE
Dados preliminares do Censo 2022 indicam queda no FPM
   
Em Sinimbu o trabalho está em fase de revisão.

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09/12/2022 10h12

   A agência do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) da região de Santa Cruz do Sul possui 14 municípios. De acordo com informações dadas pelo coordenador da unidade de Santa Cruz, Eduardo Braga, em entrevista ao jornal Tribuna Popular na última segunda-feira, dia 5, este ano foram encontradas diversas dificuldades com a empresa que organizava a banca dos processos seletivos. Transtornos também em função da pandemia e alta nos preços, o que obrigou o IBGE a rescindir o contrato e, na última hora, licitar para contratar outra empresa. Foi, então, que a Fundação Getúlio Vargas foi a banca organizadora. 
   Braga destaca que  neste primeiro processo seletivo, iniciado em 1º de agosto, principalmente para recenseadores, a abstenção foi muito grande, chegando a 50% em alguns locais. “O primeiro grande empecilho, e o maior até hoje, foi equipe para trabalhar. Em muitos municípios tivemos que trabalhar com o número reduzido de pessoas”, ressalta Braga. Em função disto, o IBGE começou a fazer processos seletivos complementares, sem a necessidade de uma prova, que era exigida no primeiro processo. Porém, ele ressalta que este não foi o caso no município de Sinimbu. “Sinimbu, desde o início, manteve uma equipe, tivemos uma pequena baixa, mas realizamos o trabalho em Sinimbu com a equipe praticamente inicial”, comenta Braga.
   De acordo com o IBGE, a estimativa era de recensear 129 mil domicílios nos 14 municípios. O trabalho ainda não está totalmente concluído e já são 136 mil domicílios recenseados. Conforme o Coordenador, este ano há uma contradição: aumentou o número de domicílios e diminuiu o número de moradores dentro de cada domicílio. “Temos uma redução da população muito forte, principalmente na área rural. Há um grande número de domicílios com uma pessoa ou duas. A  média é de 2,6 moradores por residência“, disse. Além disso, ele enfatizou que  dos 14 municípios que compõem a área regional, pelo menos oito tiveram redução populacional.
   Conforme a prefeita municipal de Sinimbu, Sandra Backes, até o momento, o Município ainda não recebeu informações oficiais sobre o quantitativo de habitantes. “Estamos atentos a todo processo de realização do Censo 2022 e na expectativa dos resultados, após a revisão dos setores censitários. Porém, pelo que estamos acompanhando e pelos resultados parciais aos quais tivemos acesso, nossa população diminuiu e não vamos conseguir atingir o número mínimo para nos manter no índice 0.8 do FPM – Fundo de Participação dos Municípios”, comenta Sandra.
   Segundo Braga, a estimativa era de recensear 364 mil habitantes nos 14 municípios. “Até o final da tarde de segunda-feira, tínhamos quase 339 mil habitantes recenseados aqui na área, isso equivale a 92%. Ocorre que essa porcentagem fica disfarçada pois não vamos chegar a essa estimativa de 364 mil pessoas. Há 10 municípios com indicativo de redução populacional e destes 10, no mínimo oito estão consolidados. São menos habitantes que no ano de 2010”, explica.

Impacto deve chegar a R$ 3 milhões anuais

   De acordo com a prefeita Sandra Backes, a redução no número de habitantes e a consequente queda no índice representa um impacto financeiro de cerca de R$ 3 milhões que o Município deixará de receber em 2023 através dos repasses do FPM.  “Recentemente, em Brasília, junto aos demais municípios que se encontram na mesma situação que Sinimbu, estive participando de uma mobilização organizada pela CNM sobre o assunto.      Nessa mobilização, foi proposto que no caso da contagem de habitantes apontar a queda da população nesses municípios, a redução no repasse do FPM desses entes fosse gradual durante 10 anos. Essa é uma das medidas que pode amenizar o impacto financeiro e garantir aos municípios que se adequem a nova realidade de repasses de forma gradual, sem prejudicar os serviços prestados para a população. Essa lei foi protocolada na Câmara dos Deputados e está tramitando. Seguimos acompanhando de forma atenta todo o processo, tanto com relação a proposta de lei, como a contagem populacional”, disse a Prefeita Municipal.
   Ela também disse que a expectativa para que daqui a 10 anos, quando ocorrer a nova contagem populacional, o número de habitantes já tenha se reestabelecido no Município, levando em consideração a instalação das indústrias, o potencial turístico e os diversos incentivos na agricultura e outros setores concedidos a população, que estimulam a população local à permanecer em Sinimbu e atrai novos moradores.
  De acordo com o IBGE, o trabalho realizado em Sinimbu, assim como em outros municípios de sua abrangência, está chegando ao fim, restando apenas em fase de revisão. “Ainda vamos rastrear, por imagens de satélite, todo e qualquer lugar que possamos talvez não ter ido”, reforça Eduardo Braga.
   Além disso, o Coordenador, em forma de esclarecimento à população, reforça que o IBGE  é um órgão público federal que tem a missão de retratar o Brasil, visitando os domicílios e empresas. Neste processo de revisão, o IBGE está fazendo o trabalho checagem pela região, sendo todos profissionais identificados com crachá. Portanto, a população pode ficar tranquila quanto a questão das intercorrências. “Queremos alertar os moradores e também agradecer a todos pela disponibilidade de nos receberem, mas que fiquem tranquilos e se tiverem alguma dúvida que peçam o crachá do recenseador que tem a opção de escanear o QR Code, tem o 0800 721 8181 que é o número do IBGE ou pode entrar em contato pelo Whatsapp pelo (51) 3711 3378. Quem ainda não foi recenseado ou tem alguma dúvida, também pode entrar em contato através destes números, que estaremos sempre a disposição de todos”, finaliza Braga.
 


   

  

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