A Páscoa deste ano será novamente sem aglomerações e festas celebrando essa data tão especial. Devido a pandemia do Coronavírus, o cenário se repete  como ano passado, celebrar apenas com as pessoas que moram conosco, a entrega de chocolates ficará para mais tarde e a participação das celebrações religiosas presenciais não será possível, mas o importante é refletir sobre a data e o significado dela para cada pessoa. Diante desta realidade, esta semana conversamos com o Padre Felipe Bernardon e o Pastor Mauri Magedanz para saber deles como celebrar mais uma páscoa sem todos os familiares e amigos presentes conosco.
Segundo o padre Felipe, a nossa fé, a nossa esperança tem um nome que é Jesus Cristo, se queremos dias melhores, é com Cristo que conseguiremos vencer esse momento difícil. “Você deseja dias melhores em sua vida? Todos desejamos. O que podemos fazer para viver melhor o hoje e o amanhã?  Viver o novo mandamento de Jesus Cristo, o Mandamento do Amor (a Deus, ao próximo e a si mesmo). É possível ver o lado positivo em meio a esses caos, mas é necessário caminhar com Cristo, para ver a presença de Deus entre nós. Cremos que Cristo está com a pessoa que sofre, por que o próprio Cristo carregou a sua Cruz. Cremos que Cristo está com os profissionais da saúde, por que o próprio Cristo cuida e estende a mão aos doentes”, comenta.
Conforme o padre, a pandemia está nos ensinando a valorizar mais a vida, a cuidar melhor das pessoas da casa e da família. “A voltar o nosso coração e olhos para o que é essencial, em nossa vida de peregrinos. A sonhar com a vida eterna, com o encontro com o Cristo. No meio deste caos, desta pandemia, a luz de Cristo continua iluminando”, destaca. 
Quando questionado sobre como comemorar a Páscoa nesta realidade, o pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Glória, lembra que a páscoa é a festa da Ressureição de Jesus Cristo, a festa da vida nova. “Quem nos dá vida nova é Cristo. Que os membros da família continuem rezando junto o terço, novenas, o evangelho do dia. Que valorizem mais os encontros diários como as refeições todos juntos, que pratiquem o perdão, que vivam o amor fraterno. Que Deus seja a prioridade de cada pessoa da família”.
O padre finaliza deixando uma pequena mensagem para comunidade, destacando a fé que precisamos ter neste momento. “Viver a pandemia com fé está sendo difícil, imagine sem fé ou esperança. Seja amigo de Deus, não tenha vergonha de viver a fé, de viver a Palavra de Deus, de modo especial os mandamentos de Deus, busque os sacramentos da Igreja, ajude e participe da sua comunidade. E quando chegar o sofrimento em sua vida, em sua família, olhe para a Cruz de Cristo, Ele diz para você: ‘Eu estou com você’.  Reze pela sua vida, pelas pessoas que Deus colocou no seu caminho, busque fazer a vacina, sinal de amor a você e ao próximo. E lembremos que Cristo está vivo, que Ele te ama e Te salva. Uma abençoada páscoa para você meu irmão e irmã”, conclui. 
Segundo o Pastor Mauri, é possível aprender com esses momentos difíceis em que estamos vivendo.  “Aprender é uma das tônicas da vida. A pandemia potencializou essa necessidade e vem exigindo reaprender para dar sequência a nossa razão de existir. Também, a Igreja e seus ritos celebrativos foram atingidos. Nada é em vão, em todas as circunstâncias é preciso aprender, rever e reaprender. A pandemia tem revelado que há muitos que se dizem cristãos mas, não tem o Deus que tirou o povo da escravidão do Egito e da morte, em Jesus Cristo como guia. Além disso, amar ao próximo deve ter a pratica de Jesus para com a gente, como referência”, relata.
Magedanz explica que a pandemia mudou a nossa perspectiva sobre a riqueza e economia. “As nossas prioridades na vida, mudaram. O nosso consumismo sem fim e a busca doentia por prazer, felizmente, nunca mais voltarão ao que era. A pandemia vem nos ensinando que precisamos nos adaptar a um novo estilo de vida, mais básico, sábio, solidário, integral e sustentável”, explica. 
Conforme o pastor,em nenhum momento na história a Igreja levou comunhão de palavra, oração e reflexão pela tecnologia como nesta quaresma e quarentena. “Ver que famílias estão orando e celebrando conosco de vários Estados da Federação é um sinal de que a Igreja segue viva, tem sua importância, sairá mais forte desta pandemia e saberá melhor qual é o seu papel no mundo. A Igreja é responsável de levar a palavra de Deus até os confins da terra. E o temos feito, com as possibilidades que temos. Cultos ao vivo, programas na rádio comunitária e ao mesmo tempo pela internet, mensagens pelo WhatsApp e Facebook, diariamente. Além disso, realizamos oração diárias pelas pessoas doentes por grupos de WhatsApp e também fizemos uma ação de apoio e fortalecimento para as equipes de saúde do posto de Saúde e o HBS”, revela.
O pastor finaliza deixando um recado para a comunidade, destacando a esperança e a força que precisamos ter para encarar essa situação. “Vivemos tempos pandêmicos e, para tal, ninguém tem faculdade. Todavia, na páscoa temos nossa esperança e força de luta. Jesus Cristo vive! E esse fato, é esperança em meio à tristeza, sinal de vida em meio às cruzes. Páscoa é a vitória da vida sobre todos os sofrimentos e a morte. Assim, como Jesus saiu do túmulo no dia da ressurreição, também sairemos desta pandemia fortalecidos como famílias, como comunidades e como sociedade, pois o que nos move é a esperança e a fé no Deus da vida, que nos ama e quer vida para todos e todas nós. Tenhamos portanto responsabilidade de seguir vigilantes em oração e conduta de cuidado atendendo as recomendações sanitárias. Um grande abraço e Feliz Páscoa do Pastor e da Diaconisa”, finaliza.