GERAL
Duplicação da RSC-287: os desafios na malha rodoviária
   

Por Djuliane Fredrich
20/04/2024 10h30

No início deste mês, precisamente no dia 4 de abril, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou a liberação da Licença de Instalação Ambiental, medida para autorizar a Concessionária Rota de Santa Maria a iniciar as obras de duplicação da RSC-287 para o trecho que compreende o quilômetro 28, no município de Tabaí, até o quilômetro 115, em Vera Cruz. 

O Grupo Sacyr, responsável pela Rota de Santa Maria, afirmou que as obras têm início a partir da liberação de projetos, ou seja, a partir dos serviços preliminares como mobilização de equipamentos, remanejamento de interferências, limpeza de terrenos, entre outros processos.

Enfim, a obra

A duplicação da rodovia envolve a construção de uma nova pista ao lado da pista existente, que pode ser para o lado direito ou esquerdo dependendo do trecho e conforme detalhamento do projeto executivo para cada segmento. A execução da duplicação vai ser feita com um planejamento detalhado com o objetivo de minimizar o impacto da pista existente.

É previsto mais de R$ 1,25 bilhão em obras de ampliação de capacidade da rodovia durante o primeiro ciclo de investimentos, que contempla a duplicação de cerca de 130 quilômetros de rodovia até 2030, com possibilidade de antecipação deste prazo pela concessionária.

As obras serão realizadas inicialmente pelos trechos urbanos dos municípios de Tabaí e Santa Cruz do Sul, conforme o previsto em contrato. Para o início das obras, conforme destacou a concessionária, está pendente ainda a aprovação dos projetos executivos de engenharia, atualmente em fase final de ajustes.

Proteção ambiental

Com uma obra do tamanho da duplicação da RSC-287, torna-se inevitável, por fim, impactos ambientais em virtude da ampliação da rodovia, com desmatamento e pequenas alterações de relevo. 

Conforme explica a Concessionária Rota de Santa Maria, com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foram elaborados pelo grupo e aprovados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). 

A empresa afirma tratar-se de um planejamento robusto, em formato de programas ambientais que serão acompanhados por equipes especializadas da Rota de Santa Maria. Estes programas foram apresentados à comunidade ainda em 2023, por meio de audiência pública realizada na cidade de Santa Cruz do Sul.

Projeto visa diminuir o número de acidentes na RSC-287

O planejamento para execução das atividades está sendo detalhado, com o objetivo de possibilitar a execução da obra com o mínimo de interferência possível no tráfego existente, minimizando ao máximo as possíveis interrupções, que são inevitáveis. 

Ao considerar esta realidade, o trânsito em uma rodovia é instável e, de certa forma, perigoso por si só. Em uma estrada em obras, com interrupções e lentidão, a impaciência de quem trafega pelo asfalto se torna um fator de risco ainda maior para acidentes.

O Projeto Rota Segura visa mitigar este problema. A Associação Brasileira dos Usuários de Ruas, Estradas e Rodovias (Abur) lançou na sexta-feira (12), a iniciativa em Santa Cruz do Sul. A proposta busca promover ações de conscientização em pontos da rodovia nos municípios localizados do trecho de concessão, para ciclistas e caminhoneiros. Cerca de R$ 416 mil estão previstos para investimento em segurança no trânsito, conforme foi previsto anteriormente em contrato. Até o fim do primeiro semestre de 2024, 10 eventos devem acontecer nos municípios de Tabaí, Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Candelária e Novo Cabrais. 

Conforme dados da Sacyr, mais de seis mil pessoas foram atingidas na primeira etapa do projeto. Agora, a expectativa é de 20 mil.

Conselho de Usuários entrega reclamações e propõe soluções

Instituído pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Conselho de Usuários da RSC-287 é um órgão consultivo que mantém uma estreita relação com a Rota de Santa Maria, com o objetivo de promover um diálogo saúdavel e construtivo, que possa conciliar os interesses de todas as partes envolvidas, motoristas, moradores e comunidade em geral e a empresa. O grupo é responsável pela análise das operações feitas na rodovia, seja em relação à manutenção ou obras que visam a duplicação, além de oferecer ideias que possam auxiliar em viabilizar uma 287 mais segura. O grupo também traz as reclamações dos usuários e da comunidade, na busca de respostas para os anseios da população.

Conforme explica o presidente do Conselho de Usuários, Heitor Álvaro Petry, a relação com a Rota de Santa Maria é muito positiva e colaborativa. “São sempre conversas maduras e de respeito entre as partes. Compreendemos alguns problemas que as obras possam causar, como um fluxo mais lento visando maior segurança dos usuários, mas também apresentamos propostas que mudem alguns cenários de desentendimento entre comunidade e empresa, os quais são acolhidos pela Rota”, pontuou Petry. “Nos reunimos periodicamente para ouvir as demandas da população que vive às margens da estrada e de quem trafega por ela rotineiramente, e, com isso, estabelecemos uma conversa com os representantes da construtora, sempre presentes nestes encontros. “

A próxima reunião do Conselho de Usuários da RSC-287 ocorre na quarta-feira que vem (24). A sugestão de temas e dúvidas pode ser feita pelo contato com a assessoria do grupo, com o fone (51) 9 9522-0397.

Cerca bloqueia propriedade e não oferece opção para entrada

Poucos quilômetros após o trevo da RSC-287, a propriedade do empresário Celso Rehbein, em Vera Cruz, foi bloqueada por uma cerca que delimitou a área de seu domínio para a da rodovia. No entanto, a divisória possui apenas um entrada, uma rampa, que não possui descida. Desta forma, não há mais acesso ao local. “Eu cheguei e estava assim. Já aconteceu mais vezes. Como vou acessar minha propriedade? Consigo subir com o carro, mas não consigo descer”, reclamou Rehbein.

No local, o empresário cultiva uma série de frutas, nativas e exóticas, em um área com pouco mais de um hectare. Muitas das plantações são usadas não somente para consumo próprio, mas em seu negócio. “Já liguei para lá algumas vezes, mas foram me encaminhando em números diferentes e não consegui uma resposta. É um absurdo”, revelou o vera-cruzense.

Rehbein também reclamou dos entulhos à frente da propriedade, o que segundo ele, também já atrapalhou o acesso e prejudicou o local. “Não é a primeira vez que isso acontece. Eu entendo todos os percalços que ocorrem ao longo da construção, mas isso não é certo. Deve ser mais organizado”, frisou. “Não acontece somente comigo. Conheço mais pessoas com propriedades e empresas aos arredores da 287 que tiveram o mesmo problema ou estão correndo o risco de passarem por isso. A empresa tem que dar um jeito de resolver isso, de fazer a obra fluir sem atrapalhar ninguém dessa forma.”

A Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr, afirmou que as cercas delimitadoras asseguram a manutenção da área pública e promovem segurança viária, atuando como barreira física que impede a entrada de animais na rodovia diminuindo os riscos de acidentes. A concessionária é responsável pela instalação e manutenção das cercas, conforme disciplinado no contrato de concessão.  Dúvidas, sugestões ou reclamações podem ser encaminhadas diretamente à Concessionária, por meio dos seus canais de comunicação através de ligação gratuita pelo telefone 0800 1000 287 ou por meio de correio eletrônico rsm.ouvidoria@sacyr.com.

 

Fonte: Jornal Arauto


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