POLÍTICA
TRE-PR retoma nesta segunda-feira julgamento que pode cassar mandato de Sergio Moro
   
Senador é acusado de abuso de poder econômico durante a pré-campanha eleitoral de 2022.

Por Djuliane Fredrich
08/04/2024 10h42

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retomará às 14h desta segunda-feira, dia 8, o julgamento das duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) que solicitam a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR).

Esta será a terceira sessão de julgamento do caso, que teve sua análise suspensa na última quarta-feira, dia 3, após pedido de vista da desembargadora Claudia Cristina Cristofani. Com dois votos proferidos até o momento, o placar está empatado em 1 a 1. Todos os membros da Corte votam, incluindo o presidente.

Sergio Moro e seus suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, são acusados de abuso de poder econômico durante a pré-campanha eleitoral de 2022. As ações contra eles estão sendo julgadas em conjunto pela Corte.

O relator do caso, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, votou contra a cassação do mandato, enquanto o desembargador José Rodrigo Sade divergiu, votando a favor da perda do mandato.

A retomada do julgamento nesta segunda-feira incluirá o voto da desembargadora Claudia Cristina Cristofani, seguido pelos votos dos demais membros da Corte, conforme a seguinte ordem:

  1. Desembargador Julio Jacob Junior — classe de advogado efetivo;

  2. Desembargador Anderson Ricardo Fogaça — juiz de Direito efetivo;

  3. Desembargador Guilherme Frederico Hernandes Denz — juiz de Direito efetivo;

  4. Desembargador Sigurd Roberto Bengtsson — presidente.

A possibilidade de um novo pedido de vista nesta segunda-feira pode adiar novamente a conclusão do julgamento.

As acusações contra Moro

Em 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República. De acordo com a acusação, houve “desvantagem ilícita” em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos “altos investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar a sigla e se candidatar ao Senado pelo União.

Conforme a acusação do Ministério Público, foram gastos aproximadamente R$ 2 milhões do Fundo Partidário com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões.

Se for cassado pelo TRE, Moro não deixará o cargo imediatamente porque a defesa poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a eventual cassação for confirmada pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a vaga do senador. Ele ainda ficará inelegível por oito anos.

No primeiro dia do julgamento, a defesa do senador Sergio Moro defendeu a manutenção do mandato e negou irregularidades na pré-campanha.

 

Fonte: GZH


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