EDUCAÇÃO |
Livro “O Avesso da Pele” deve ser devolvido às escolas de dois Estados após censura |
Obra literária foi recolhida para análise de trechos em pelo menos três Estados. |
Pouco mais de um mês de serem recolhidos, os exemplares do livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, devem retornar às prateleiras das bibliotecas das escolas dos Estados de Goiás e Paraná. As decisões foram divulgadas nas redes sociais do autor e da editora do livro, a Companhia das Letras.
O Paraná foi o primeiro Estado a tomar a decisão de recolher a obra literária, no dia 4 de março. O livro foi retirado das bibliotecas escolares para passarem por uma análise devido a determinados trechos que, conforme nota divulgada na época, possuiriam “algumas expressões, jargões e descrição de cenas de sexo explícito utilizados podem ser considerados inadequados para exposição a menores de 18 anos”.
Cerca de um mês depois do recolhimento, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) informou que os exemplares ainda estão em processo de análise, mas devem retornar às escolas. De acordo com a Seed, o processo de devolução para as instituições de educação deve acontecer até o final do mês de abril.
Em Goiás, a obra foi recolhida dois dias depois, em 6 de março, para, também, passar para uma análise. Segundo a pasta, na época, a finalidade do recolhimento era “possibilitar uma análise do livro quanto ao atendimento da proposta pedagógica da rede pública estadual de ensino”.
Apesar da divulgação nas redes sociais do autor e da editora, não foi possível confirmar com o governo goiano sobre o retorno do livro para as bibliotecas nem se já foi definido um prazo para isso.
Além dos dois Estados, em 6 de março, Mato Grosso do Sul também tomou a decisão de recolher os livros. Esse é o único dos três Estados em que ainda não foi feita nenhuma sinalização de que os exemplares retornarão às escolas.
A obra de Tenório – vencedora do Prêmio Jabuti, em 2021 – faz uma reflexão sobre o racismo. Ela integra o acervo atual do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), elaborado pelo Ministério da Educação durante o governo de Jair Bolsonaro, e, por isso, foi destinada às escolas.
Volta às escolas
Nas redes sociais, Tenório, que nasceu no Rio de Janeiro e é radicado em Porto Alegre, repostou a publicação feita pela editora, celebrou o retorno do livro e comentou sobre o ocorrido. Na postagem original, a Companhia das Letras menciona que a obra voltará a estar disponível para os alunos do Ensino Médio.
Fonte: GZH